60 anos da Associação Coral de Florianópolis. Uma data histórica, de resistência e resiliência do canto coral e da cultura musical na Capital dos Catarinenses, Florianópolis, pois durante todo esse período, a ACF difundiu peças dos mais variados compositores do clássico ao popular, com intervenções até do rock and roll. Com atividades ininterruptas por todo esse período, a ACF se torna um dos mais tradicionais grupos do canto coral em Santa Catarina. Segundo o atual Presidente da ACF Vitor Werlang, vindo do interior para estudar na capital foi convidado pelo fundador da Associação Coral Darcy Brasiliano dos Santos em 1969, para cantar no coral. Fui muito bem acolhido, relata, e o Coral passou a ser a minha segunda família. Minhas primeiras oportunidades de vida social, minhas primeiras viagens pelo Brasil e a descoberta do bem que o coral me fazia, mesmo estudando engenharia, fez com que meu amor pela Associação Coral de Florianópolis se tornasse duradouro. Tive nestes 50 anos a oportunidade de ser regido por muitos regentes, cantar com o acompanhamento de grandes orquestras, pianistas, bandas militares e até de rock. Tudo isso me deixa pensar que minha vida tem sido rica em todos os aspectos. Tendo o canto como hobby me dá a certeza de que fiz uma maravilhosa opção de lazer e entretenimento para a minha vida, pois consegui e ainda consigo praticar esta atividade tão salutar o que espero por muito tempo. Eu tive a oportunidade de participar, de forma passageira, em vários outros corais, mas sempre a Associação Coral permaneceu no meu coração. E quando há mais ou menos 10 anos atrás pensei em me aposentar a minha mulher Sarita me deu novo ânimo e motivos para continuar e passamos a cantar juntos. Nela continuamos a nossa vida familiar com muita felicidade. Iniciamos a nossa caminhada na ACF em 1994, nos fala a Vice presidente e soprano Claudete Gomes Aguiar, a convite do Sr. Presidente Nivaldo Carioni. O que nos motivou a fazer parte desta instituição, relata uma das mulheres mais aguerridas e defensora da ACF, foi especialmente a qualidade de seu repertório, as apresentações de alto nível e a dedicação de seus Regentes. Ao passar dos anos continuamos com o espírito de seus Fundadores que é o de levar a comunidade catarinense um repertório de qualidade, tanto erudito, como também popular e o desejo de valorizar o vasto repertório Açoriano. Esse desejo de valorizar o canto e o amor ao canto coral, talvez tenha sido a maior motivação desses cantores ao enaltecer, não só os benefícios do canto coral, como os benefícios da convivência. Na verdade, o que observamos é que ao contar a história dos integrantes da Associação Coral de Florianópolis, estamos contando histórias de vida. Como a de Luiz Gonzaga Azevedo, o Seu Luiz, como é chamado carinhosamente pelos cantores. E essa é a sua história iniciada a exatos 52 anos, quando ingressou na ACF como cantor. Tinha 20 anos de idade, relata o tenor, e me encantei com o grupo de jovens, prossegue, que encontrei e logo me adaptei ao repertório sob o comando do maestro Aldo Krieger, uma pessoa simples, mas de grande capacidade musical. Era músico, instrumentista, professor, compositor e arranjador. Foi aluno de Villa Lobos em 1953 no Conservatório Nacional Orfeônico no Rio de Janeiro. Em 1970 fui convidado para compor a diretoria dos 10 anos como tesoureiro e dali em diante participei de diversas diretorias vindo a ser presidente por 15 anos e hoje faço parte da diretoria dos 60 anos como primeiro tesoureiro. Quero afirmar que participar de um grupo coral é se sentir de bem com a vida, no momento em que cantamos esquecemos momentaneamente nossos problemas, viajamos através das músicas que cantamos, curtimos cada lugar que passamos e quando sentimos que alguém no público se emociona com as nossas mensagens através da música é muito compensador. Benefícios também ressaltados pela soprano Ana Gomes. Desde sempre vi no canto coral uma oportunidade de realizar o sonho de artisticamente cantar, fala com carinho Ana. Cheguei a Associação Coral de Florianópolis, prossegue, por convite de amigos e familiares que ali já estavam cantando e encantando. E assim vi uma grande oportunidade de fazer parte de um grupo coral reconhecidamente, como um dos melhores da cidade. Ali fui acolhida por todos e iniciei a minha participação com muita dedicação e respeito. Agradeço a todos pela amizade e por tanto aprendizado, pois cantar, para mim, é celebrar por meio de versos e prosa a saúde do coração, além de aumentar o autocontrole e melhorar o humor de quem canta. Porque eu canto na Associação Coral de Florianópolis? A contralto Elisabete Lange Fontes responde. Porque desde a adolescência existia a vontade de ser coralista da ACF. O repertório que vai do sacro, passa pela ópera, rock, além de músicas que vão do popular ao clássico sempre me encantaram. Anos depois já na maturidade, estou na ACF há 10 anos, finalmente eu consegui. Ali encontrei gente amiga, parceira com o desejo de cantar com esmero e coração, além de oferecer a comunidade um conjunto de vozes que lhes transmitem nosso encantamento e emoção. Nossa ACF não é só nossa, é da comunidade de Floripa. Para Renato Faria, cantor do naipe de baixos, o que me fez ficar tantos anos na Associação Coral de Florianópolis, entrei em março de 2011, quase 10 anos relata, foi o amor ao canto, pois adoro cantar. E o repertório da Associação colabora com isso, pois me atrai muito o canto sacro e a ópera. Além disso, o que também me motiva a estar na Associação é ter a oportunidade de cantar um repertório que eu gosto, fazer novas amizades, confraternizar, fazer novos amigos que se encontravam…antes da pandemia. Pois sempre tive comigo, quem canta seus males espanta. E acredito que, quem canta reza duas vezes, pois também sou muito religioso. É um retorno musical e espiritual que inspira minha vida. Opinião compartilhada de certa forma pela soprano Maria Anilta, cuja motivação de participar da ACF, veio de uma amiga que a convidou para cantar na Associação Coral de Florianópolis. E somente assim pôde realizar um sonho de adolescência. E acrescenta, nestes 10 anos atuando na ACF, sinto os benefícios do canto coral em minha vida. Com uma bagagem teórica e prática, o regente Vanderlei Jochem graduado em música pela UDESC, é pianista da Associação Coral de Florianópolis há aproximadamente 20 anos. Trabalhar com a Associação Coral de Florianópolis, relata, é muito gratificante pois se trata de uma entidade muito séria nos seus compromissos com a arte. Tive a oportunidade de participar de vários eventos importantes, ao lado de competentes maestros e, principalmente, com um grupo de pessoas maravilhosas e esforçadas para fazer tudo da melhor forma possível. A Associação Coral de Florianópolis é a expressão artística mais importante que Florianópolis teve nesses últimos 60 anos de história, acrescenta. E agradece, obrigado Associação Coral de Florianópolis, por ter concedido o privilégio de poder participar por aproximadamente um terço de sua história, conhecendo maravilhosas pessoas que as tenho como família. Parabéns pelos 60 anos de contribuição com a nossa cultura e, que venham outros 60. Parabéns também dados pela contralto Vera Sampaio, que também tem sua marca registrada na Associação Coral onde é cantora há mais de 10 anos e onde foi presidente do período de 2016 a 2018. Percebi ao longo desses anos que a ACF conta Vera em seu depoimento, representa muito mais que o canto coral. Somos um dos coros mais antigos do estado e este ano, difícil para todos, marca o aniversário de 60 anos. Anos de amizade, parceria, aprendizado, solidariedade, encontro de almas unidas pela música. Parabéns ACF pelos 60 anos de boa música. Como amantes da música eu e o Cesar, escreve Madalena Pedrollo, fazemos parte da Associação Coral de Florianópolis, por ser um grupo acolhedor e inspirador. Ao trabalhar a arte musical englobando música popular, sacra, clássica e música regional, consequentemente, atingindo um leque maior de pessoas que igualmente amam a música. Isso nos faz sentir um pouco arquitetos da beleza. Lembra a soprano Izabel Gomes que entrou na Associação Coral de Florianópolis em 2008 e ao longo desse período a ACF passou pela experiência de cantar sob a regência de vários e excelentes maestros. A ACF, segundo Izabel é uma instituição que se preocupa com a valorização e o bem-estar de seus membros, valorizando e qualificando os mais diferentes timbres de voz, buscando a harmonização e o equilíbrio do grupo. Descobri o canto coral ao ingressar na universidade, escreve o baixo Wilson Danilo Lunardi Filho. Apaixonei-me pela harmonia do canto e da música e, depois de muitos anos de cantar em coros da UFRGS e FURG, aposentei-me e vim morar em Florianópolis. Ao descobrir a existência da ACF, reiniciei o canto coral com o entusiasmo e a alegria dos anos da juventude, mantendo minha mente saudável e meu espírito livre. Para a contralto Catharina Maria Ferreira que também entrou na ACF em 2008, foi algo extraordinário a descoberta da Associação Coral de Florianópolis, que considera como se fosse mais uma família em sua vida. Especialmente por gostar muito de cantar, o coral além de lhe dar essa possibilidade, também propicia novas amizades, viagens, interação. E por isso sente-se muito feliz em fazer parte dessa família. Da família ACF. Sentimento dividido pela soprano Marli Cardoso, para quem a ACF é como se falasse de sua segunda família. Fala com carinho das amizades que tem feito e compartilhado através do canto, que se tornam alegria e enorme satisfação. E acrescenta, já faço parte da Associação Coral de Florianópolis há 5 anos e parece que foi ontem. E a minha vontade e a de todos, é que superando esse momento de pandemia, nós possamos retornar e nos encontrar nos ensaios semanais e as inúmeras apresentações. Meu nome é Sonia Palomino Castro e sou coralista da Associação Coral de Florianópolis desde 2008. Quase 12 anos que integro este grupo coeso que gosta de cantar, gosta de se juntar para os momentos felizes de todos, como este aniversário da Associação. Faço parte da Associação Coral de Florianópolis, porque gosto de música e gosto de cantar e dessa interação que convivo nestes 12 anos de muitas alegrias. A história do tenor Marco Antônio Gabardo, iniciou há 10 anos atrás quando recebeu um convite de alguns integrantes da ACF que cantavam juntamente comigo em outro coral. Mas foi assim que iniciou uma amizade muito sólida, comprometida e dela surgiu o convite para integrar a Associação Coral de Florianópolis Fico feliz por ter feito essa escolha pois a primeira coisa que me chamou a atenção no início dessa parceria, foi ver o carinho e o amor que as pessoas, especialmente os cantores mais antigos inclusive cofundadores, tinham pela ACF, algo que até então não tinha sentido por nenhum outro coral e isso me chamou muito a atenção. Em todo esse período ininterruptamente, canto num ambiente muito salutar e num coral que está sempre se impondo desafios em termos de repertórios, obras, músicas. E isso percebemos pelo retorno que o coral da ACF obtém nas várias apresentações realiza e, isso é muito gratificante. Cantar em coral em sempre gostei. Amo a arte musical…faz parte da minha genética, inicia seu depoimento a soprano Maria da Conceição Fonseca. O que me fez procurar a ACF foi exatamente o amor pela música. “Cantar é próprio de quem ama”, prossegue Conceição, para quem o canto Coral traz vários benefícios o que a motivou a participar do Coro. A cultura musical é uma arte empolgante que espalha alegria, encantos e desafios, o que me fascina. E por isso me interessei pela Associação Coral de Florianópolis, além de sua tradição e história em Florianópolis. Parabéns a ACF que neste ano de 2020, comemora seus 60 anos de existência. Parabéns a todos nós e aos que fizeram parte dessa longa caminhada na vida musical. Viva a música a mais universal das artes. Para o cantor Paulo Carlesso, naipe baixo barítono, foram as mudanças que a vida lhe trouxe na carreira profissional e incessantes convites do amigo Luiz Gonzaga, que acabaram por levá-lo a Associação Coral de Florianópolis. Muito bem acolhido desde o início, em 2006, Carlesso logo constatou o sentimento familiar que a ACF proporciona aos seus cantores. E confirma entusiasmado, a Associação Coral de Florianópolis é a cara de Floripa. Parabéns a ACF pelos 60 anos bem vividos com brilhantismo e galhardia. Parabéns ACF. Muito obrigada ACF por todo uma vida de alegrias. Inúmeros agradecimentos marcam o depoimento da soprano Maria Therezinha Matias. Afinal, escreve, são 60 anos trabalhando em prol da arte em Florianópolis. Eu entrei para a ACF em 2015, porque amo cantar e também porque nós formamos uma grande e unida família, num ambiente próprio para aprendizado e de muito amor. Somente tenho a te agradecer por todo esse trabalho de amor e dedicação, prossegue Tetê, como a chamamos carinhosamente na convivência da sede da ACF. Que a ACF viva ainda muitos e muitos anos. A Neuza foi super objetiva em seu depoimento e falou: Meu nome é Neuza Pereira de Souza e eu canto há 25 anos na Associação Coral. E o que me leva a participar é o amor ao canto e a nossa instituição. A história da jovem soprano Denise Rufino, também nos mostra a abrangência do canto coral. Cantando na Associação Coral de Florianópolis há 15 anos, diz que o canto coral a ajudou muito a vencer a timidez. Este é o seu relato. Meu nome é Denise Rufino, eu tenho 30 anos e eu canto na Associação Coral desde os 15 anos. Eu sempre gostei muito de cantar, apesar de ser muito tímida para cantar em público. Então acreditei na época que um coral pudesse me ajudar a realizar meu sonho de cantar e, ao mesmo tempo, eu me sentiria mais segura estando num grupo de cantores. Querendo ou não a Associação Coral abriu muitas portas para mim, hoje me sinto com mais coragem pois perdi essa timidez de cantar em público, graças a esse trabalho que eles fizeram por mim. A Associação Coral de Florianópolis acreditou em mim, no meu potencial. E hoje, justamente o que me motiva a estar com eles é essa gratidão que tenho por todas as pessoas que acreditaram em mim e me incentivaram a continuar. Então o que me motiva a continuar, é o carinho dos coralistas, esse sentimento de família, de união, que tem ali dentro. O coral é muito unido, as pessoas são muito unidas, pois abraçam a causa ali, abraçam o coral, se ajudam. É um ambiente em que você se sente acolhida. Quem nunca teve essa experiência eu a aconselho muito e para quem nunca cantou na Associação Coral, eu também recomendo bastante. Segundo o regente Guilherme Albanaes, trabalhar com a voz é sempre uma tarefa que exige muita responsabilidade, estudo, discernimento e sensibilidade, pois a voz é a ponte entre as emoções e o meio. É através dela que o Ser humano se expressa, se comunica, cria a sua vida e relações. Por este aspecto podemos compreender que fazer parte de um coral é uma grande oportunidade para trabalharmos justamente essa parte mais sensível que nos habita. E é também por isso que encaro o trabalho de regente como sendo um facilitador, para que os cantores possam experenciar a música por si mesmos e se transformarem em pessoas mais sensíveis, atentas, compreensivas, etc. O trabalho que desenvolvo atualmente na Associação Coral de Florianópolis anda junto da necessidade de o coro renovar-se em repertório, técnica e porque não, em emoção. É muito importante que o coro esteja próximo do seu público e não exposto em uma vitrine, para que mais pessoas possam inspirar-se a trazer mais canto coral para suas vidas. Trabalho para que o canto seja acessível a todos e que a Associação Coral de Florianópolis respire novos ares para que ainda possa comemorar muitos anos musicais pela frente. Maria Odete O. Olsen Jornalista e Soprano na Associação Coral de Florianópolis